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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Resenha - No escuro, Elizabeth Haynes


  Título: No escuro
   Autor: Elizabeth Haynes
   Editora: Intrínseca
   Páginas: 335
   Ano: 2013 
  Onde comprar: Submarino












" Um retrato assustador e convincente de um relacionamento abusivo e da heroica trajetória de uma mulher tentando se recuperar."

Sinopse: Catherine está no controle de sua vida. Bem-sucedida, sai toda noite para beber e dançar com as amigas, até que, numa festa, conhece Lee, um homem sedutor e atencioso. Sua vida está perfeita e todas as mulheres gostariam de estar em seu lugar. Ou quase todas.

Quieta e reservada, Cathy luta contra o transtorno obsessivo-compulsivo que torna penosas as tarefas mais simples, como trancar a porta do apartamento. Vulnerável e aterrorizada, ela nem de longe lembra Catherine, a pessoa que costumava ser antes de Lee deixá-la assustadoramente traumatizada.

O que aconteceu para que Catherine mudasse tanto? Que memórias a obrigam a seguir um ritual tão rígido para que se  sinta segura? E o que Cathy faria se descobrisse que Lee está não só em sua mente, mas em sua casa e em sua vida outra vez?



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Catherine Bailey aproveitou a vida de solteira o bastante para reconhecer um exelente partido quando o encontra: lindo, carismático, espontâneo... Lee parece bom demais para ser verdade. Suas amigas concordam plenamente e, uma a uma, todas se deixam conquistar por ele.

Com o tempo, porém, o homem louro de olhos azuis, que parece o sonho de qualquer mulher, revela-se extremamente controlador e faz com que ela se sinta isolada. Amedrontada pelo jeito cada vez mais estranho de Lee, Catherine tenta terminar o relacionamento, mas, ao pedir ajuda aos amigos, descobre que ninguém acredita nela. Sentindo-se no escuro, ela planeja meticulosamente como escapar dele.

Quatro anos mais tarde, Lee está na prisão e Catherine, agora Cathy, tenta reconstruir a vida em outra cidade. Embora seu corpo esteja curado, ela se tornou uma pessoas bastante diferente. Obsessivo-compulsiva, está sempre tentando se esconder, pois vive insegura. Seu novo vizinho, Stuart Richardson, a incentiva a enfrentar seus temores. Com sua ajuda, Cathy começa a acreditar que ainda existe a chance de uma vida normal. Até que um telefonema inesperado muda tudo.


A história intercala dois momentos diferentes da vida de Catherine: o momento em que ela conhece Lee no final do ano de 2002 e a evolução de seu relacionamento com ele; depois no ano de 2007, quando Cathy tenta viver um dia após os outros, após sua mente ter sido destruída pelas atrocidades vividas. A narração em primeira pessoa, narrando as vivências de Catherine dia após dia, dá a sensação de que estamos em sua mente, compartilhando sentimentos, emoções e toda a confusão em que se transformou sua vida, inclusive, até quando sua compulsão e ansiedade atinge picos astronômicos, compartilhamos de toda sua agonia.
 
Na narrativa presente, Cathy sofre TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e TEPT (transtorno de estresse pós-traumático). Ela todo dia confere portas, janelas e os mínimos detalhes do apartamento (antigamente Lee mexia em suas coisas e colocava fora do lugar, discretamente, para fazê-la parecer louca, daí a origem do TOC). Ela usa sapatos baixos e seu apartamento tem duas rotas de fuga. Ela vive com medo do dia em que ele a achará.

Cathy tem um vizinho, o psicólogo Stuart. Stuart é a única pessoa em que ela confia e não sente medo, e ele a está ajudando a lhe dar com o TOC, embora ele tenha certeza que Lee jamais retorne. Porque ninguém acredita nela quando ela diz que tem certeza que ele a está procurando?
Então, os objetos do apartamento começam a mudar de lugar. Coisas pequenas, como um garfo no lugar da colher, um botão o bolso da calça. Será que Lee retornou? Ela tem duas opções, deixar o medo dominar ou erguer a cabeça e enfrentá-lo.

No escuro, mostra o retrato da mulher que foi ao fundo do poço por causa de um homem. Que vivia na escuridão e estava lutando bravamente para encontrar a luz no fim do túnel. O crescimento dessa personagem é digno de admiração. Cathy é mais forte do que pensamos e é uma delícia acompanhar sua história e sua tentativa de se reerguer.

O mais impressionante é que Elizabeth Haynes conseguiu deixar verossímil o drama vivido por Cathy. Violência doméstica aliado a perseguição, o sentimento de impotência vivido pela vítima que não encontra solução ou saída para seu problema e o medo vivo de ser morta, de sofrer as maiores crueldades que nenhum ser humano deveria sequer passar. É a realidade nua e crua de milhares de mulheres anônimas.

Sabe aqueles livros que te prendem de um certa forma, que parece que você está meio que sentindo as emoções vividas pelos personagens? Pois é, eu me senti assim, como se eu tivesse vivenciando as cenas junto com a Catherine. Eu fiquei imaginado, acho que não conseguiria passar tudo que ela passou.
Esse é um livro muito intenso, mas muito envolvente. 
- See more at: http://aculpaedosleitores.blogspot.com.br/2014/02/resenha-no-escuro-elizabeth-haynes.html#sthash.GfBRQSTh.dpuf
O único ponto chato do livro é ter que acompanhar a rotina de Cathy. O TOC é simplesmente insuportável. Acho que eu nunca havia lido nenhuma história que relatasse de forma tão profunda e tão próxima o problema. Eu me senti na pele da protagonista - sofri com ela tendo que verificar cada canto da casa um determinado número de vezes e em uma sequência pré-definida e ter que refazer tudo de novo caso alguma dúvida inexplicável (e miníma) ficasse para trás. Todo dia. Cada vez que saía ou chegava em casa, mesmo que isso significasse se atrasar para o trabalho ou não ter tempo para mais nada. Simplesmente porque não é possível não fazer. E se já foi terrível ler sobre um personagem que tem a doença, fiquei imaginando como deve ser limitador sofrer com tal distúrbio.

Ousado e poderoso, convincente ao extremo em seu retrato de obsessão, No escuro é um thriller arrebatador.  

Super recomendo!



Sabe aqueles livros que te prendem de um certa forma, que parece que você está meio que sentindo as emoções vividas pelos personagens? Pois é, eu me senti assim, como se eu tivesse vivenciando as cenas junto com a Catherine. Eu fiquei imaginado, acho que não conseguiria passar tudo que ela passou.
Esse é um livro muito intenso, mas muito envolvente. 
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